Abstract
O término da IIª guerra mundial constitui um marco crucial para a narrativa da medicina tropical. Com ela se reorganiza não só o mapa geopolítico como também o mapa científico e médico de uma área disciplinar já consolidada definindo redes de conhecimento, interesses e estratégias de desenvolvimento civilizacional. Nesse contexto, Portugal foi compelido a preparar paulatinamente a descolonização, ao mesmo tempo que servia de refúgio a monarquias fascistas, como é disso exemplo a Casa de Savoia, de Itália. Em 1946 o governo português acolheu o rei Humberto II e com ele, o seu médico de família, Aldo Castellani (1877-1971).
Castellani foi acolhido no Instituto de Medicina Tropical, como professor e investigador, não obstante ter sido protagonista de uma controvérsia sobre o agente etiológico da doença do sono, colocando-se como adversário da missão portuguesa liderada por Aníbal Bettencourt, em 1901. Como caracterizar a sua vida e obra em Portugal, na interface da ciência, da medicina e da política? De que forma Ado Castellani terá sido influenciado e terá ele próprio influenciado a escola portuguesa de medicina tropical?
Como situar o caso Castellani numa interpretação mais alargada dos efeitos da IIª Guerra Mundial sobre a geopolítica da saúde na segunda metade do século XX?
A presente comunicação baseia-se na consulta ao espólio de Castellani doado ao Instituto de Medicina Tropical após a sua morte e pretende reflectir sobre o significado do exilio do médico italiano na sua carreira e na medicina tropical europeia, ambas fortemente marcadas por agendas políticas.
Castellani foi acolhido no Instituto de Medicina Tropical, como professor e investigador, não obstante ter sido protagonista de uma controvérsia sobre o agente etiológico da doença do sono, colocando-se como adversário da missão portuguesa liderada por Aníbal Bettencourt, em 1901. Como caracterizar a sua vida e obra em Portugal, na interface da ciência, da medicina e da política? De que forma Ado Castellani terá sido influenciado e terá ele próprio influenciado a escola portuguesa de medicina tropical?
Como situar o caso Castellani numa interpretação mais alargada dos efeitos da IIª Guerra Mundial sobre a geopolítica da saúde na segunda metade do século XX?
A presente comunicação baseia-se na consulta ao espólio de Castellani doado ao Instituto de Medicina Tropical após a sua morte e pretende reflectir sobre o significado do exilio do médico italiano na sua carreira e na medicina tropical europeia, ambas fortemente marcadas por agendas políticas.
Original language | Portuguese |
---|---|
Pages (from-to) | 119-124 |
Number of pages | 6 |
Journal | Anais Do Instituto De Higiene E Medicina Tropical |
Volume | 16 |
Publication status | Published - 1 Sep 2016 |